Em mais um episódio, desta feita ancorado pelo vídeo, rememoro um poema do saudoso Patativa do Assaré, um dos grandes nomes do cordel, da música e da poesia brasileira. Nascido Antônio Gonçalves da Silva, Patativa do Assaré virou sinônimo de criações que marcaram o século XX na cultura regional do país.
Essa história - chamada “Rogando Pragas”- eu aprendi a declamar quando cursava a antiga quarta série, em princípios da década de 1970, na escola primária. Lembro-me que foi minha porta de entrada para o mundo dos falantes em público.
Traduzindo: eu morria de vergonha de falar diante de muitas pessoas e, depois de treinar bastante em casa, decorar o texto e aprender um jeito de recitar aquela poesia, eis que ganhei confiança e nunca mais tive medo de falar em público.
Isso eu devo ao grande poeta cearense!
Quem foi Patativa do Assaré
Patativa do Assaré em arte de Leandro Alves/Reprodução
Antônio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré, nasceu no dia 5 de março de 1909 na cidade que levava seu nome de poeta (Assaré), no interior do Estado do Ceará. É considerado um dos maiores ícones da poesia e da música do Nordeste, consagrado pela temática, pelo estilo e pela capacidade de unir os versos regionais ao novelo da poesia brasileira com muita facilidade.
Era um contador de histórias nato. De sorriso largo, óculos no rosto e voz maviosa, Patativa do Assaré reinou no campo que misturava sons, batidas cadenciadas e muita criação, falando do sofrimento do sertanejo na lida com a terra, o gado, o plantio e as agruras dos períodos de seca que caracterizam as regiões semi-áridas.
Sua voz parou de soar no sertão e no Brasil no dia 8 julho de 2002, mas sua poesia permanece como um legado dos grandes poetas brasileiros de todos os tempos.
Acho que vocês vão gostar - do formato - e da história. Vamos ver, ouvir e espalhar por aí para amigos e amigas?
Abraços!
#Episódio 16 - As 'pragas' do Patativa do Assaré