Neste episódio, pinceladas de dois grandes pensadores da sociedade de massas e da era das mídias digitais para refletir sobre como estamos nos relacionando cada vez menos comprometidos com a duração dos nossos relacionamentos e como vivenciamos isso de forma precária. As ideias de Zygmunt Bauman (1925-2017) e Umberto Eco (1932-2016) dão o pontapé inicial ao desenrolar da conversa. Os dois foram marcantes, entre o século passado e o início deste, para o pensamento sociológico, literário, semiótico e para a compreensão do estilo de vida que levamos desde o advento das estruturas de comunicação que dominam nosso mundo.
BAUMAN, SOCIÓLOGO E PENSADOR POLONÊS/REPRODUÇÃO
Zygmunt Bauman traz na bagagem o conceito de relacionamentos líquidos, aquilo que nos escorre entre os dedos. Crítico ferrenho da globalização e do consumismo desenfreado, o sociólogo polonês publicou inúmeros livros, ensaios e trabalhos de pesquisa sobre essa questão. É por meio de fragmentos das suas obras que falo sobre como estamos interagindo cada vez menos e buscando imprimir rapidez ainda maior ao modo como mantemos contato com quem nos cerca.
UMBERTO ECO, PENSADOR E ESCRITOR ITALIANO/REPRODUÇÃO
Já o italiano Umberto Eco tem um legado poderoso em matéria de pensamento, notadamente sobre a sociedade de massas. Ele elaborou importantes conceitos e estudos científicos a partir da semiótica e do comportamento social, além de ter publicado pelo menos cinco grandes sucessos literários, adaptados inclusive para o cinema. Eco também criticou duramente o modo como a internet passou a “dar voz à imbecilidade”, enquanto estudava fenômenos como a manipulação da informação e os processos que hoje conhecemos como desinformação e as chamadas fake news.
Ao fim e ao cabo, falo sobre a proliferação de sujeitos que vendem facilidades, tiram proveito da teia informacional que nos rodeia e terminam por misturar velhos conceitos e reciclar idiotices para faturar alto com seus negócios de qualidade duvidosa e resultados desastrosos. Em suma, aqui também vai uma crítica ao mundo da autoajuda e da picaretagem na internet, na política e em certos segmentos religiosos, dentre outras coisas que caracterizam esse nosso mundo sem porteira das redes digitais.
Gostou? Curta, comente e compartilhe!
#Episódio 23 - Sobre nossas relações fugazes