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#Episódio 46 - Radionovela: arquivo raro gravado 22 anos atrás

Projeto que desenvolvi junto com professores e arte-educadores na Zona Leste de SP em 2003 usava linguagem radiofônica para adaptar contos ao estilo das radionovelas. Era como um pré-podcast na escola

Ser mais velho tem lá suas vantagens, vamos combinar. Você pode, por exemplo, contar experiências que muita gente está vivendo agora. É o caso de um projeto chamado Radionovelas, que desenvolvi numa das unidades dos Centros Educacionais Unificados (CEUs) da Prefeitura de São Paulo lá pelo ano 2003. Envolveu professores, estudantes, arte-educadores e colegas das equipes pedagógicas.

Podcast antes dos podcasts?

Esse trabalho que fizemos, com recursos que tínhamos à mão, era como a época dos dinossauros dos podcasts, tão populares hoje em dia. O que favoreceu, no caso, foi a minha experiência no mundo radiofônico, a primeira escola da atividade jornalística que frequentei e levei para toda a vida.

Como no rádio-teatro

A ideia era bem simples: pegávamos contos ou histórias do cotidiano da cidade ou dos alunos e adaptávamos para o “rádio-teatro”, simulando uma novela das antigas, com efeitos especiais inventados ali mesmo num dos estúdios do CEU Vila Curuçá, que funciona até hoje no bairro do Itaim Paulista, Zona Leste paulistana.

Riqueza, traição e ganância

O exemplo que trago neste episódio do podcast foi a adaptação de um conto clássico do escritor português Eça de Queiroz, um gênio da literatura do século XIX. A história, intitulada O Tesouro, fala de pobreza, ganância, traição e ambição desmedida. Envolve três irmãos que viviam uma vida miserável no interior de Portugal e acham um tesouro na floresta. Eles ficam ricos da noite para o dia e isso vira um problema maior do que se pode imaginar. A trama é bem bolada e tem final surpreendente, bem ao estilo Eça de contar histórias saborosas.

Arquivo original tem 22 anos

Foi bem divertido transformar aquele conto e recriar algo que encantava as turmas na escola. Melhor ainda quando recuperei o arquivo, 22 anos depois.

Trabalho em equipe

Adaptei o texto, as falas dos personagens, imprimi, levamos tudo para o estúdio e, com o auxílio do técnico e sonoplasta Leandro Bueno, então contratado do complexo educacional, fizemos a festa: eu, os arte-educadores Mauro Bonfim e Anderson Ruiz e a professora Fátima Castro. Saiu tudo como desejávamos. Gravamos outras histórias, adaptações de contos e até criações originais dos estudantes.

Confiram o conto O Tesouro, compartilhem e comentem por aqui. Espero que gostem!

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