O nome de Lélia Gonzalez (foto) está inscrito na intelectualidade brasileira do século 20 como uma das mais importantes antropólogas e filósofas dentre os grupos de estudiosos da questão do negro no Brasil e pelo mundo afora. Além de militante feminista destacada da causa negra, professora e escritora, ela foi influenciadora de ninguém menos que Angela Davis, a ativista norte-americana que lutou ao lado dos Panteras Negras no movimento dos direitos civis dos EUA.
Lélia fez uma parceria de pesquisa com o sociólogo argentino Carlos Hasenbalg para escrever e publicar, em 1982, uma das mais importantes obras sobre o tema: Lugar de Negro (Zahar). Este é o tema do episódio 24 do podcast Quem Lê, Quem Escreve.
Passados 41 anos, o livro é considerado uma das referências sobre a temática, pois já naquela época trouxe questões centrais da negritude, do racismo, do preconceito e das mazelas que atingiam as camadas mais pobres do Brasil e do mundo, notadamente os negros e negras. A obra traça um panorama amplo da trajetória de luta pela emancipação dos negros em nosso país, com capítulos dedicados a resgatar figuras fundamentais para a fundação do Movimento Negro Unificado, como Abdias do Nascimento e outras.
Com a vivência de mais de 40 anos no Brasil, Carlos Hasenbalg (foto) detalhou no livro como foram os processos de opressão e ‘assimilação’ dos negros na América, em especial nos Estados Unidos, e escreveu capítulos muito bem elaborados sobre o racismo no Brasil. A publicação foi feita praticamente meio a meio entre os dois pesquisadores.
Vale a pena conhecer mais do pensamento que até hoje orienta pesquisadores e pesquisadoras acerca deste tema no Brasil e no mundo.
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