As guerras são, sobretudo, disputas de interesses geopolíticos e econômicos. Mas a nossa percepção sobre esses eventos tendem a ser piores porque, em algum ponto, alimentamos a ilusão de que o mundo buscava, aparentemente, um processo de reconstrução após a luta encarniçada pela sobrevivência que foi o enfrentamento da epidemia de Covid-19 entre 2020 e 2022. Para nossa decepção (ou não), tudo aquilo foi esquecido e voltamos ao nível máximo de conflitos armados ao redor do mundo.
Dos tantos movimentos armados, a guerra da Ucrânia deu lugar nas telas, na mídia e na internet a uma nova rodada de conflitos sangrentos no Oriente Médio, após os atentados terroristas de 7 de outubro em Israel, reivindicados pelo grupo Hamas, cuja força (ainda) se concentra na Faixa de Gaza. As respostas armadas do governo israelense, sob controle do grupo extremista do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, sinalizam o risco real de um espalhamento de ações militares em outras áreas do Oriente Médio, visto que não se trata de um conflito iniciado com as ações do Hamas em território de Israel, mas a eventos que remontam a passagem do século 19 para o século 20, culminando com a criação do Estado de Israel, em 1948. A região inteira é palco de disputas, algumas até milenares.
Neste episódio do podcast não faço uma análise sobre a nova onda de enfrentamentos militares do Estado de Israel nas áreas que este ocupa na antiga Palestina e dos contenciosos históricos com seus vizinhos, que remontam às guerras de 1948, de 1967 e de 1973, dentre outras. Não me vejo em condições de analisar esse processo tomado de complexidades e novelos. Deixo isso para os especialistas em geopolítica para não ser mais um curioso, dentre os tantos e tantas que usam as redes para “torcer” e opinar a respeito do tema.
A par da complexidade desses eventos, a reflexão que faço neste novo episódio é sobre os processos de guerras na atualidade, bem como acerca das suas motivações, perdas causadas aos civis, às famílias, danos e da falência a olhos vistos de instituições fundamentais como a ONU e outras, no campo dos direitos e do próprio Direito Internacional.
Atenho-me à disputa que envolve este e outros tantos conflitos armados. Algo para se pensar no que nos tornamos e o que faz com que as potências militares, em sua maioria ocidentais, busquem, incentivem e até terceirizem os enfrentamentos armados pelo mundo, transformando-os, cada vez mais, em negócios. Ao final, cai por terra o mito alimentado por certos grupos que se referiram durante um bom tempo a um suposto processo civilizatório conduzido pelo “Ocidente".
PS - Peço desculpas aos leitores e às leitoras (ouvintes do podcast) pela demora na publicação de um novo episódio. Foram dias de férias e outros compromissos. Prometo retomar publicações com maior regularidade, como antes.
Grato e boa audição/leitura!
Djair Galvão
#Episódio 28 - Sobre guerras